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Real Gabinete Português de Leitura

De WikiRio
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O Rio de Janeiro, não apenas “continua lindo” como diz a música, mas continua cheio de histórias. Seu passado glorioso ainda hoje pode ser visto em monumentos e prédios centenários, como o Real Gabinete Português de Leitura.

O nome da rua onde está localizado o Gabinete, por si só, já é um chamado à intelectualidade: Rua Luís de Camões, nº 30. No coração da cidade, este monumental prédio data de 1880, ano em que se comemorava o centenário da morte de Camões. Sua construção se deu graças ao desejo de 43imigrantes portugueses reuniram-se e decidiram criar uma biblioteca para ampliar os conhecimentos de seus sócios e dar oportunidade aos portugueses no Rio, capital do Império na época, para que pudessem ilustrar seus espíritos.

Entre esse homens, José Marcelino Rocha Cabral, um português, comerciante da praça, como tantos outros, havia sido perseguido em Portugal pelo absolutismo e decidiu vir para o Brasil. Porque era advogado e jornalista, seria o primeiro a ser eleito presidente do Real Gabinete.

Um dos objetivos desta construção, foi de fato, “matar a saudade” de Portugal. Vivia no Rio de janeiro, no começo do século XIX, uma grande quantidade de portugueses, formando uma imensa colônia. Haviam reuniões frequentes, visando dividirem os interesses em comum, por isso, logo após a Independência, eles formaram uma associação que lia autores e periódicos (jornais) de Portugal.

Salão principal da biblioteca

Sua arquitetura é magnífica. De estilo neomanuelino (que sucedeu o estilo manuelino, em Portugal), o prédio conta com um belíssimo salão de leitura, com um maravilhoso monumento de mármore, prata e marfim, o Altar da Pátria, com 1,7m de altura. Ele celebra a época dos descobrimentos e foi adquirido pelo Real gabinete em 1923. A fachada do prédio foi inspirada nos Mosteiros de Jerônimos, de Lisboa e foi trabalhada em pedra de lioz por Germano José Salle. Podemos ver na fachada, medalhões esculpidos que homenageiam os escritores Fernão Lopes, Gil Vicente, Alexandre Herculano e Almeida Garrett.

Existem cerca de 400 mil títulos da Literatura Portuguesa no acervo do Real gabinete. A maior coleção é a de camilianas (conjunto de livros escritos por ou sobre Camilo Castelo Branco). Possui também a primeira edição de Os Lusíadas, de 1572, uma raridade, uma preciosidade, que pertenceu à Companhia de Jesus.

O Real Gabinete foi montado através de várias doações, sendo uma das mais ilustres, a doação feita pelo escritor brasileiro João do Rio, que doou toda sua biblioteca pessoal. Hoje em dia, tudo que é editado e publicado em Portugal, pode ser encontrado no Real Gabinete. Existem tantos livros que houve a necessidade de se criar depósitos em outros locais para dar conta da reserva técnica. Devagar, todos os livros raros estão sendo digitalizados para que mais tarde possam ser consultados via internet. É a modernização e atualização do gabinete às necessidades atuais.

A biblioteca foi aberta ao público em 1900 e hoje é visitada por mais ou menos 150 pessoas por dia. De segunda a sexta, das 9 às 18h. São alunos que vão em busca de pesquisa para seus trabalhos, são amantes da leitura ou apreciadores da arte. Há agendamentos de consultas para pesquisadores. E também há a chance de se tornar sócio do gabinete, contribuindo assim com as restaurações e manuscritos, indispensáveis para a boa conservação das obras.

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