Complexo do Alemão

Nem tudo é o que se diz, nem tudo é o que se mostra. O Complexo do Alemão é um conjunto de treze favelas na Zona Norte do Rio, com aproximadamente quatrocentos mil moradores, segundo a Associação de Moradores. Já foi considerado um dos locais mais violentos do país, mas há mais de um ano, o governo tem realizado interferências policiais para pacificação da região, as conhecidas UPPs.

História do Local

A história do complexo é antiga. No ano de 1920 chega ao brasil um polonês chamado Leonard Kaczmarkiewicz que acabou comprando terras na Serra da Misericórdia, zona rural da Zona da Leopoldina, região dos bairros que hoje conhecemos como Penha, Bonsucesso, Olaria, Ramos e outros menores. Só para ilustrar, nesta área destaca-se hoje a lindíssima Igreja de Nossa Senhora da Penha, localizada no alto de um penhasco, até alguns anos atrás pouco frequentada pelos moradores devido ao medo.

O polonês, de nome difícil, logo foi apelidado pelos cariocas de “alemão” e a área passou a ser conhecida como o Morro do Alemão. Durante 30 anos as terras eram apenas para uso pessoal e abrigava o Curtume Carioca, mas em 1951, ele decidiu fracionar e vender os lotes. Famílias e operários do Curtume decidiram então se instalar na região, considerada o primeiro polo industrial da cidade do Rio de Janeiro após a abertura da Avenida Brasil. Tanto o comércio quanto a indústria crescerem ali, de forma desordenada, juntamente com a ocupação dos espaços, cujo ápice se deu no Governo Brizola, transformando-se na favela do Alemão, depois em outras favelas nas imediações, que formam hoje o Complexo do Alemão.

Os Morros que formam o Complexo são: Morro da Baiana, Morro do Alemão, Alvorada, Nova Brasília, Pedra do Sapo, Palmeiras, Fazendinha, Grota, Matinha, Morro dos Mineiros, Reservatório de Ramos, Casinhas, Morro do Adeus e Canitar.

Pacificação

A vida dos moradores tornou-se mais tranquila e com mais qualidade após os movimentos de pacificação. A Favela do Alemão ganhou um teleférico, nos moldes do que existe na cidade colombiana de Medellín. São 152 cabines que carregam dez passageiros cada uma. Liga a parte mais baixa até a parte mais alta da favela. Vai da Estação Bonsucesso da Supervia até o alto. Sua inauguração aconteceu em Julho de 2011 e hoje possui 6 estações, a saber: Bonsucesso, Morro do Adeus, Morro da Baiana. Morro do Alemão, Itararé e Palmeiras.

A vida vai se tornando mais digna. O Complexo possui atualmente atividades culturais. Nas suas vielas vemos dança, música, fotografia, poesia e muita arte, que agora ganham um evento próprio: o Sarau do Alemão. Este sarau tornou-se um evento consolidado no panorama cultural da cidade.

O cinema se fez presente, primeiramente na favela, depois nas escolas.

Também vemos na Comunidade, espetáculos de circo, que encantam e estimulam a cultura. No ano de 2012, a cidade sediou o 1º festival Internacional de Circo. Foram espetáculos de mais de 20 companhias, nacionais e internacionais, na sua programação. Além disso, o evento promovou oficinas, intervenções e workshops sobre a arte circense, além do Unidos do Complexo do Alemão que busca desfilar como escola de samba, futuramente.

Endereço
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